quarta-feira, 23 de maio de 2012

Yorgos Mitralias em Portugal


GRÉCIA E PORTUGAL, A MESMA LUTA

COM O ACTIVISTA GREGO YORGOS MITRALIAS

A TROIKA IMPERA E O POVO DESESPERA
DIA 1 DE JUNHO, SEXTA ÀS 18,30h.

BIBLIOTECA/MUSEU DA REPÚBLICA E RESISTÊNCIA

ESTRADA DE BENFICA, 419 (metro Alto dos Moinhos)

Uma iniciativa da: Tertúlia Liberdade
Em parceria com:
ENTRADA LIVRE

OUTRAS SESSÕES

- Dia 2 de Junho. Sábado, Sessão em Coimbra 16.00
Pátio da Inquisição (na baixa da cidade)

- Dia 3 de Junho, Domingo., Sessão no Porto 18.30
Duas de Letra (www.duasdeletra.pt) - Passeio de S. Lázaro 48, Porto

- Dia 4 de Junho, Sessão no Barreiro, na Cooperativa de Cultura Popular do Barreiro, às 21.00
Rua Miguel Bombarda, 64 Barreiro

 Dia 5 de Junho, 3ª feira, Ao fim da tarde.  Sessão de despedida. Em Lisboa, seguida de jantar vegetariano popular, na  RDA, Regueirão dos Anjos, 69 (metro Anjos)


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"A culpa é da dívida", arengam diariamente os políticos de serviço, os mercenários da caneta e todos os arautos do poder que nos oprime. "A dívida", eis o pretexto para nos fazerem recuar nas nossas condições de vida para um período de há muitas décadas atrás, quando não de séculos, como é o caso  do horário diário de trabalho de 8 horas, agora posto em causa, desbaratando o esforço hercúleo de milhares de trabalhadores que lutaram por esse objetivo, como os mártires de Chicago, que viram a vida sacrificada pelas 8 horas de trabalho quotidiano.
 Mas hoje, proclamam os políticos de serviço, os capitalistas e os seus serventuários, temos de nos sacrificar por outro motivo, para vencer a crise que eles criaram, beneficiaram e se alimentam. Afinal, por detrás do abundante fraseado dessa gente, esconde-se um objetivo cruel. Fazer com que os trabalhadores ganhem menos e trabalhem mais. E ainda, que paguem mais impostos.
É chegada a hora de dizer NÃO. Basta de imposturas, de barbaridades para manter o capitalismo opressor e do sacrifício para que os ricos fiquem mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
Nós, da Tertúlia Liberdade, em parceria com os Indignados de Lisboa e o Museu/ Biblioteca da República e Resistência - Grandela, queremos contribuir para acabar com semelhante embuste! Por isso convidámos um militante anti-dívida grego a visitar-nos, a falar connosco, para estabelecermos comparações com a situação entre o seu país e o nosso, para nos apercebermos das inúmeras semelhanças existentes, ao contrário do propagandeado pelos bem estipendiados arautos do sistema.
Entre nós estará o Yorgos Mitralias, jornalista de temas económicos, militante pelo progresso social e pela abolição da dívida na América Latina e na Europa, com mais de 42 anos de actividade. Iniciamos uma série de conferências/debate com ele, no dia 1 de Junho, sexta-feira, às 18,30H. Essa primeira sessão terá lugar no Museu/Biblioteca da República e Resistência, Bairro Grandela, Estrada de Benfica, 419 (Metro Alto dos Moínhos)
Como interessado (a) na realidade que nos envolve e participante na nossa realidade social, estamos certos que estarás interessado (a) em participar. Por isso mesmo, no dia 1 de Junho contamos contigo, com o teu interesse e vontade em perceber o rumo das coisas para as mudar. 

O Imposto de Palhota e Outras Rapinagens - A propósito do IMI


O IMPOSTO DE PALHOTA E OUTRAS RAPINAGENS - José Luís Félix

As classes dominantes, estribadas num saber refinado ao longo de séculos, preparam-se para nos fazer pagar os seus desvarios e ociosidades com um exacerbado IMI.
Os capatazes desta pátria de negreiros seguem à risca os ditames dos seus antecessores. Daqueles que na Inglaterra encerravam nas Casas dos Pobres os desnudados de terras e de posses, forçados a trabalhar dia e noite com um único móbil, o enriquecimento dos patrões.  
Ou dos seus sucessores em plena ditadura salazarenta, que açulavam a polícia a perseguir os serranos da Estrela, operadores de teares manuais em suas casas, assim atormentados com a extorsão, o roubo e a prisão. Uma perfídia, destinada a eliminar a concorrência e obter mão-de-obra dócil e a baixo custo para a indústria têxtil.
 Foi gente de semelhante estirpe que, nas colónias africanas, maquinou o imposto de palhota, destinado a acorrentar a população. Sobre a habitação tradicional, construída pelos próprios na sua terra, passou a incidir um imposto, para que lhes fosse consentido   habitá-la! As autoridades, raivosas face à autonomia das populações, assente na economia de subsistência que o uso ancestral das férteis terras comunitárias lhes permitia, decidiram inverter a situação. Para isso fizeram uso de um hábito tão velho quanto o Estado, a imposição do imposto. E semelhante rapina teria fatalmente de ser satisfeita em dinheiro. Na ausência do vil metal só restava àquelas esbulhadas gentes uma saída, o trabalho nas plantações coloniais, a venda da força de trabalho a baixo custo, para conseguirem o dinheirame infligido pela canga fiscal.
 Estavam criadas as novas vítimas da sociedade mercantil, subitamente envolvidas na espiral da necessidade de algo que até ali desconheciam, o dinheiro e a sociedade da mercadoria que o impõe.
 Tratou-se, de facto, de um importante passo naquilo que a desvergonha reinante classifica como um acto civilizador. Acresce que essa intriga foi montada na ausência de escravatura, falsamente extinta no início do século XIX. O salariato, a escravatura moderna, envolvia toda a humanidade.
 Nos dias de hoje somos acossados pelos mandarins hodiernos cada dia com mais impostos, chupistas do fruto do nosso trabalho, quando o alcançamos.
Não satisfeitos com o saque generalizado sobre as carteiras do forçado contribuinte, os  sobas em exercício resolveram recriar o imposto de palhota.
 Agora já não com a imposição do trabalho assalariado, face à sua raridade. Mas com as mesmas perversidades. Ou seja, o temor do amo, que flagela os seus servos com a imolação da precariedade e do desemprego, o pavor do cobrador de impostos, ou a concorrência entre desgraçados e a obediência suportada pelo medo.
 A última trapaça dos novos caudilhos é o abrutado aumento do imposto sobre a habitação, o IMI. Num país onde a política habitacional, favorável à especulação imobiliária e à ganância bancária, impede a criação de habitação para aluguer, quase todos são proprietárias, embora apenas da casa onde residem.
Todos estes proprietários, com dificuldades crescentes para o pagamento da prestação mensal ao banco, cada dia maior face aos salários aceleradamente reduzidos, deparam hoje com um novo pagamento, o actualizado IMI, que os “nossos queridos líderes” decidiram aumentar para meio por cento do valor matricial da habitação.
 E isto representa muitas centenas de euros, nada menos que 500 euros anuais por cada 100.000 euros do valor do registo da habitação. Imagine-se uma casa adquirida por 150.000 euros, pois agora os seus “proprietários” terão de pagar um imposto anual de   nada menos que 750 Euros embora, devido à queda do preço especulativo do imobiliário, sejam actualmente atribuídos  ao seu apartamento  cerca de 90.000 Euros. Estamos, ou não em presença de um novo imposto de palhota? Que nos obriga a cortar em despesas indispensáveis para podermos pagar aos bancos e ao estado.
 Talvez a grosseria do 1º ministro faça assim algum sentido e deva ser levada à prática. Não disse ele que “o desemprego é uma magnifica oportunidade para o desempregado”?.
Aceite a premissa, é preciso levá-la até às últimas consequências. Num mundo em que o trabalho escasseia, talvez seja chegada a altura de lhe por fim. Ao trabalho assalariado, à opressão que lhe dá origem, não à actividade que todos gostariam de exercer.
E imponha-se ao Dr. Coelho a sua receita. Que abandone o cargo, mergulhe no desemprego, descubra esse mundo de oportunidades de que fala e deixe-nos em paz.
E não se esqueça de levar consigo todos os seus parceiros das mais variadas colorações partidárias, que nos exploram e oprimem, com o IMI, a crise e demais invencionices com que estrangulam as pessoas para que os bancos e seus apêndices sobrevivam.
Mas desta vez não vá bater à porta dos amigos capitalistas para o mimarem, como fez após terminar a licenciatura aos 30 e muitos anos, até aí sem registar qualquer actividade profissional, quando num assombroso reconhecimento dos seus méritos, foi nomeado administrador de 4 empresas. Assim não vale, Dr. Coelho!

terça-feira, 8 de maio de 2012

Emma Goldman recordada em Lisboa


Este é o relato da sessão "Emma Goldman - Feminismo e Anarquismo", promovida pela nossa Tertúlia Liberdade, na Biblioteca/Museu da República e Resistência, no Bairro Operário Grandela, da Estrada de Benfica. A conferencista, Claire Auzias, teve a colaboração na mesa da Paula Montez e de uma companheira anónima, que efectuou a tradução quando necessário.

Entre 25 a 30 pessoas, participaram interessadas na exposição da Claire, que ilustrou o seu relato com a revelação de diversos episódios da vida daquela anarquista, referindo amiúde a situação passada e actual do movimento anarquista e a posição da mulher,  assumindo diversas tendências de feminismo, com destaque para aquele que se apresentou e apresenta como um feminismo não burguês,  autónomo e revolucionário, personificada por figuras como Emma Goldman. A mesma Emma Goldman que proferiu a célebre declaração, "Uma revolução em que não se dance, não é a minha revolução ! "

Nesta exposição, a oradora não deixou de referir a posição de Emma Goldman após a Revolução Russa, quando do seu imposto regresso à Rússia, o país natal, que as autoridades dos EUA lhe impuseram, devido à sua actividade revolucionária e contra a barbárie e matança das guerras, fomentada pelo império do capital. E falou-nos assim do sistema, falsamente revolucionário que Emma Goldman encontrou, com uma sociedade concentracionária, dirigida por uma elite ditatorial da pior espécie, para quem os fins da ditadura dos chefes do partido ditavam todos os meios, e de todo o fervor que a revolucionária dedicou à mudança de rumo empenhando-se, sem resultado, em conversas com os principais mentores do regime, para que o percurso cruel em que seguiam fosse alterado.

O interesse despertado pelo relato da Claire, em todos os aspectos que abordou, foi bem manifesto ao longo da sessão e através do diálogo que a assistência travou com a oradora,  após a sua exposição.
 Para concluir, pode-se considerar que esta Conferência/Debate foi bem positiva.
A Tertúlia Liberdade, em colaboração com outros grupos e pessoas, irá prosseguir este percurso, contando com a indispensável parceria da Biblioteca/Museu da República. e Resistência. 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Domingo estamos nas Caldas


A Tertúlia Liberdade vai estar no próximo Domingo nas Caldas da Rainha para participar na Feira Libertária. A Feira Libertária das Caldas da Rainha que se realiza neste fim-de-semana conta com a presença de vários colectivos e artistas que vão dinamizar espectáculos, performances e encontros e mostrar as suas actividades. A Tertúlia Liberdade vai dinamizar uma conversa-debate-tertúlia com o tema «A Troika Impera e o Povo Desespera». Vem connosco e traz um amigo também.