terça-feira, 9 de abril de 2013

ÀCERCA DA PRODUTIVIDADE E NÃO SÓ


No chinfrim que os políticos de profissão lançam sobre "o indispensável aumento da produtividade", que juram a pés juntos tratar-se de uma panaceia obrigatória ao curativo da venerada economia nacional, caninamente ampliado pela auto-intitulada e domesticada comunicação social, a impostura, o embuste e a ignorância dão as mãos para nos enredarem numa nebulosa de trapaças e persuadirem-nos a oprimirmo-nos a nós próprios. E tudo isto em favor da celestial economia nacional, essa venal dama que só se deixa seduzir pelos detentores de adiposas contas bancárias.
Semelhantes sujeitos falseiam sem sombra de pudor, quando nos asseguram que é obrigatório trabalharmos muito mais horas para que a dita produtividade possa aumentar. Com esta e outras falsidades, confundem deliberadamente o aumento da taxa de exploração, que perseguem sem dó nem piedade, com a produtividade que apregoam.
Por isso mesmo, procuram iludir os trabalhadores garantindo que só através do esforço de todos, com mais trabalho e menos descanso, poderemos aumentar a produtividade e dessa forma atingir o nível de vida da Alemanha, da Suiça e doutros países. Como o cinismo não paga imposto, nem a mentira mais descabelada é sancionada, procuram escapulir-se à socapa apesar de semelhantes aleivosias, enquanto se gabam de serem reconhecidos internacionalmente como personagens de elevado gabarito. Desgraçados pigmeus intelectuais, cujo valor reconhecido não ultrapassa as fronteiras dos seus cúmplices de lúgubre ofício.
Trafulhas exímios, o seu único talento, é o de escamotearem que a única produtividade de que falam, a do trabalho, já que as restantes, como a do capital ou a da tecnologia lhe são alheias, não é o resultado do aumento do tempo de trabalho. Resulta, isso sim, do aumento de produção obtido através da introdução da tecnologia, da inovação  e  da organização. Mas estes factores produtivos estão acima das suas competências e interesses.
Porém, aos novos negreiros só lhes interessa um percurso para obterem o ambicionado aumento dos lucros e manterem a sua função, cada vez mais enfraquecida, de uma burguesia sem defesas externas e assediada pela feroz competição global. Ou seja, o aumento da exploração, obtido através do prolongamento do tempo de trabalho e da redução dos salários, directos e indirectos.
Esta classe de políticos ignorantes e presunçosos, acompanhada de uma burguesa local semi-analfabeta e pretenciosa, demonstra mais uma vez que é constituída por diligentes descendentes dos seus antepassados negreiros, em cujos métodos procura inspirar-se.
É assim que as falsidades saem das suas bocas com a mesma facilidade com que os seus trejeitos histriónicos simulam pesar com a sorte que fazem sofrer à população. Por isso mesmo, acompanhados por diversos sacripantas, académicos e outros do mesmo jaez, repetem constantemente que os trabalhadores alemães têm bons apoios sociais e auferem muito maiores salários porque a sua produtividade é muitíssimo maior que a deste pequeno rectângulo. Deste modo, juram-nos por todos os santos e pelo seu omnipresente deus dinheiro, precisamos de aumentar a nossa produtividade para sermos pagos em conformidade com os trabalhadores alemães. Mentirosos sem remédio ou ignorantes completos? Talvez a combinação das duas vergonhas.
Pois, na verdade, a produtividade do trabalho na Alemanha é dupla da que temos por cá, mas os salários portugueses são quatro vezes menores do que os dos seus colegas alemães. O que significa que, para ganharmos como os trabalhadores alemães em função das respectivas produtividades, deveríamos auferir o dobro daquilo que recebemos. Estes trafulhas mentem descaradamente!
De facto, a anémica burguesia portuguesa e os seus representantes governamentais, perseguem apenas um objectivo, aguentarem-se na procela que atravessa o seu mundo e abala as suas certezas de opressores, enraizada por séculos de domínio e exploração de um povo, que sempre têm diligenciado amansar.
No surpreende assim que, entre ladainhas e promessas, busquem as mais requentadas saídas para  benefício das suas fortunas. Foi deste modo que há dias um personagem ministerial de elevado gabarito e triste figura, nos invadiu as casas via televisão, para anunciar o último desarrincanço governamental. A instalação em Portugal de dez mil reformados estrangeiros de elevadas posses.
Fazendo constante uso do seu falso sorriso, que procura assemelhar a uma Gioconda de fancaria, enquanto escondia a careca finamente penteada com os escassos cabelos que lhe restam, este importante figurão abriu as goelas, enquanto afagava um dos seus vinte mil fatos de elevado preço. E, na certa  com receio de uma reação menos cortez, fazia-se acompanhar de um bem nutrido corpo de seguranças. Cobrindo-lhe as costas, encontrava-se um deles, um mastôndico troglodita de rosto patibular, enquanto, de ambos os lados, se colocavam dois polícias anões, devidamente fardados. Mais atrás, em bicos de pés, procurando aparecer nas imagens televisivas, gesticulava um gorducho baixote, de cabelo ralo e olhar esgazeado. Tratava-se do ministro do pelouro económico, respeitosamente mantido à distância, como as seculares regras da hierarquia estatal impõem.
Cenário preparado e com os escrevinhadores atentos e veneradores, ouviu-se a vozinha esganiçada do ministro-chefe, que arengou,  "o nosso governo, sempre atento à  evolução dos mercados, tomou a firme decisão de desenvolver um novo de segmento do mercado turístico. Uma autêntica frieira, perdão, fileira, que muito irá contríbuir para uma ainda maior animação do nosso turismo". Aqui chegado, alargou-se o seu falso sorriso giocondesco e, em tom esforçado, a sua débil vozinha pigarreou, " Vamos criar condições para receber 10.000 turistas no imediato e alargar rapidamente esse número. Nós possumos em Portugal óptimos condições para os receber". E, sempre no mesmo piar, lá prosseguiu o sermão, garantindo a bondade da iniciativa, implicitamente da sua larva, sempre em nome de uns desconhecidos "nós" e invocando a toda a hora um incerto Portugal, mas jamais deixando a descoberto, quem são semelhantes "nós" e a que Portugal se refere, deixando igualmente  encerrados em espessa neblina todos os aspectos concretos de   semelhante  negociata.
Despudoradamente, garantiu-nos, isso sim, que Portugal é  um país  óptimo para se viver e que os tais reformadas  de posses, anseiam receber os benefícios do "nosso" sol e da "nossa" tranquilidade. Teve mesmo o desplante de revelar que, para converter os potenciais clientes ao seu credo,  vai assegurar-lhes uma fiscalidade mínima. Muito ao contrário dos trabalhadores e reformados portugueses, afogados e torturados com uma cada vez maior canga fiscal, esta gente irá pagar um imposto reduzido.
Terminada esta encenação, retirou-se pela direita baixa, sempre acolitado pelo baixote lunático, seu colega, bem como pelo segurança mastadôntico e os polícias anões. Isto tudo, sem que nenhum dos presentes lhe exige-se regalias semelhantes às anunciadas para os endinheirados visitantes.
É bem verdade que esses reformados de outras bandas não estão sujeitos aos tratos de polé que o governo proporciona aos seus homólogos portugueses e, se alargarem por cá os cordões à bolsa, irão possibilitar aos donos de Portugal, isto é, os tais "nós", a compra de mais popós de luxo, viagens principescas e estadias em resorts de elevada categoria, além da constante frequência de institutos de beleza e bordéis de sonho, em toda a parte do mundo. Isto tudo,  entre muito outros privilégios. Mas nós também somos gente, senhor ministro. E, ao longo de toda uma vida, sustentamos as mordomias e regabofes com que você e os seus colegas se delíciam.
Ou não será que também  tem de ser reduzida  a canga fiscal com que nos asfixiam? Já sabemos a resposta, conhecemos o embuste cínico com que nos mimoseam. Com que procuram  justificar o injustificável,  como a hemorrogia de gentes que este país está sofrendo, em que  200.000 pessoas  fugiram à  miséria com que nos contemplam, só nos últimos dois anos. Mas, afinal, não será esse o vosso objectivo governamental? Expulsar do país aqueles que se sentem estrangeiros na sua própria terra, utilizando a emigração como válvula de escape, como um  alívio das tensões potenciais, geradoras daquilo que os donos do país mais temem, o estalar de uma revolta social, isto apesar da apregoada mansidão que nos atribuem e dos cínicos elogios  a essa pretensa caracteristica lusitana. E tudo isso enquanto por todos os meios procuram apressar a morte dos velhos pobres, que para essa cambada não representam mais do que onerosos encargos financeiros.
Ou talvez também seja conveniente para as gentes do capital e do estado que a grande maioria da população emigre, enquanto apressam a morte dos velhos e dos doentes. Neste momento tudo indica que se propõem levar  à cena o segundo acto desta manhosa novela, ou seja, a substituição da maioria dos portugueses por velhos estrangeiros abonados. Enquanto que, àqueles trabalhadores de matriz lusa que por cá restarem, lhes está reservada uma função especial, a de criadagem servil dos macróbios endinheirados.
A estes tri-doutores, argentários, propagandistas e parasitas estatais, que a toda a hora nos apavoram com a baixa produtividade nacional, convém colocar uma questão. Qual é a vossa produtividade?
Qual a produtividade de um deputado? De um ministro? De um banqueiro? De um capitalista? De um privilegiado parasita estatal? De um administrador? De um mercenário da caneta? De um insensível académico tri-doutor? De um sacerdote ou de um general? Como devemos avaliá-la,  mensurá-la ou classificá-la?
Será através do número de leis anti-populares promulgadas num ano, que um boçal deputado aprova, segundo as ordens da sua máquina partidária, que a sua produtividade se mede? E um ministro, vamos medi-lo por via do aumento dos lucros que a sua política proporciona mensalmente aos capitalistas nacionais? Sobre a produtividade de um banqueiro, certamente  que será mensurvel através do aumento dos lucros que o seu banco arrecada anualmente e, proporcionalmente, ao aumento da miséria da população. Quanto à produtividade do administrador de uma grande empresa, será de recear que se meça, quer pelo aumento dos ansiados lucros, quer pelo consequente despedimento e empobrecimento dos seus trabalhadores. Sobre os propagandistas travestidos de jornalistas, decerto que a avaliação se faz através do número de falsidades e encómios aos poderosos que produzem diariamente. E quanto aos venais tri-doutores, serão medidos pelo número de declarações públicas favoráveis aos donos de Portugal que realizam ao longo de um ano. Já no que diz respeito aos sacerdotes, a avaliação será complicada face ao número de variáveis em presença, mas inclino-me para a quantidade de almas que conseguem arrebanhar para a sua pregação conformista, ao longo de um ano. Por fim os generais, cuja produtividade é  fácil de avaliar. Sem dúvida que é  medida através do número de mortos que conseguem provocar em período de assassinatos guerreiros ou, nas alturas de paz,  pela quantidade de obedientes imbecis que  conseguem  gerar ao longo de um ano.
Esta poderá ser, realmente, a verdadeira forma de avaliar as gentes do poder, se forem medidas de acordo com os interessas que essa corja defende. E, muito para lá de quaisquer outros aspectos, a manutenção e reprodução de uma iníqua organização social, que lhes permita a sua manuentenção  como classe social. O que, no caso português, se torna cada dia mais complicado, face à perda das colonias e à  sua debilidade e incapacidade congénitas, factores a que se alia a feroz concorrência do capital gobalizado.
Por isso mesmo, utilizam crescentemente o único instrumento que dominam, a sobre-exploração do povo que,  para essa pandilha, constitui um custo variável e habitualmente manipulável, nem que para isso nos matem  fome.
Foi com semelhante espírito que recentemente um argentário-banqueiro, um tal Ulrich, seguiu o exemplo que se atribui a Maria Antonieta que, quando a multido esfomeada se queixava da falta de pão lhes repondeu, "Comam brioches".  Pois agora, o nababo Ulrich afirmou que os portugueses têm capacidade para suportar uma existência de ainda muito maior sofrimento, concluindo que, "Podem muito bem ficar sem casa e viver na rua".
 Ainda mais surpreendente que esta aleivosia é o facto de até agora ninguém ter desmascarado com a necessária firmeza semelhante patife e muito menos lhe ter dado a resposta que esse facínora merece, ou seja, lançá-lo nas àguas do rio Tejo.
Face a tudo isto, os donos de Portugal continuam a ampliar a asfixia em que nos mergulharam, enquanto em simultâneo nos vão prometendo gloriosos amanhãs cantantes. Na dianteira deste embuste desenfreado destaca-se o Coelho, primeiro-ministro, que tem o desplante de garantir que já se notam melhorias e em 2014 iniciaremos um esplêndido progresso.
Perante estes destruídores da vida e da esperança, falsos profetas que nos prometem um amanhã de delícias, sabendo que esse paraíso jamais se realizará, mas no qual, simuladores consumados que são, insistem diáriamente, apetece relembrar o poeta António Aleixo que, muito a propósito, disse:
Vós, que do alto do vosso império
Prometeis um mundo novo
Cuidado, não vá o povo
Querer um mundo novo a sério!

SOBRE A PENÚRIA NA ALIMENTAÇÃO


Quantos de nós se querem alimentar e não podem, passam fome ou comem alimentos impróprios para a saúde? Milhões em Portugal, biliões no mundo. Porque é que se destroem alimentos, enquanto tanta gente passa fome e luta com dificuldades para se alimentar? Porque é que se deita o peixe pescado ao mar, se deixa apodrecer a fruta e se abandonam os campos que poderiam produzir alimentos? Tantas perguntas e tão poucas respostas, para além da conversa da treta dos mercados, da crise e por aí fora. Tudo isso dito em tom que não admite resposta pelos políticos, economistas, propagandistas desta situação e outros simuladores da mesma espécie. Todos eles se apresentam bem nutridos, reluzentes, brilhantes e bem vestidos, e não fazem ideia do que são dificuldades. Embora todos nos assegurem que este é um problema muito complexo dos tais mercados, que todos ignoram menos eles, e é preciso apertarmos ainda mais o cinto para que venha aí um maná de prosperidade num futuro desconhecido..
È essencial combater esses aldrabões enfarpelados, as suas mentiras e falsas promessas, se quisermos sair do lodaçal em que esta corja nos mergulhou.
Antes do mais, convém salientar que nesta organização social existente, o capitalismo, todos os actos dos capitalistas têm uma intenção fundamental, a obtenção de lucro. Ganhar dinheiro e ter segurança no capital investido, é o que interessa aos capitalistas, donos de super mercados, bancos, sociedades de investimentos, propriedades agrícolas, fábricas e todos os restantes factores de produção, de troca e financeiros. Essa gente é que decide, sem nos consultar nunca, o que devem fazer. Fecham fábricas, deixam os campos ao abandono, especulam, jogam na bolsa, fazem guerras e muito mais, com um único objectivo, o lucro, o seu guia, deus e senhor. Não lhes interessam as necessidades do povo, e o seu sofrimento. Limitam-se a controlar-nos, sobretudo com propaganda e repressão de toda a ordem. Prosperam a fazer promessas de um futuro distante e, quando muito, concedem-nos uma caridadezinha, sempre muito útil na ausência da justiça. Mas receiam a liberdade verdadeira, que acompanha a dignidade e a igualdade. Esta igualdade só está presente no voto, mas é uma miragem na justiça social, que os aterroriza. A igualdade e a propagandeada democracia são completamente ignoradas por exemplo no local de trabalho, na justiça e na distribuição da riqueza produzida. Esta sociedade apregoa-se democrática mas somos obrigados a obedecer a tudo o que querem os chefes e patrões e a suportar que essa gente do mando e da riqueza esteja cada vez mais rica, enquanto o povo fica cada vez mais pobre. Onde estão a liberdade e a justiça?
Essa gente do dinheiro joga, por exemplo, na Bolsa de mercadorias de Chicago, onde se transaccionam as matérias-primas do mundo inteiro. Podem comprar seja o que for, como o trigo a 20 euros a tonelada, mas nem sequer querem o trigo, é pura especulação. Ficam com um titulo de compra para dali a 1 ano, por exemplo, receberem esse trigo a 20 euros/tonelada e nem sequer o utilizam. Tratam de o revender a um preço mais elevado a outros especuladores, retirando lucros chorudos. Esses outros muitas vezes também vendem esse título de compra a um preço ainda mais elevado, ficando com a diferença, ou seja, obtendo bom lucro. E isto acontece inúmeras vezes. Resultado, o preço de 20/euros a tonelada acaba por ficar a 35 ou mais e muitos desses compradores ficam-se apenas pela especulação, nem sequer se servem da mercadoria real. Por isso os preços do trigo, como os de muitos alimentos, aumentam brutalmente e muitas pessoas não conseguem depois adquirir os produtos que tem o trigo como matéria-prima, casos do pão, das massas e tantos e mais. E isto passa-se com tudo, carne, peixe, fruta e por aí fora.
Mas também dentro de um país, como em Portugal, a especulação floresce e os bancos,  que financiam os proprietários, na agricultura como outras fases da produção, pedem juros exorbitantes pelos empréstimos. Quem paga tudo isso? O consumidor naturalmente e por isso, aqueles de poucas posses,  muitas vezes não conseguem alimentar-se devido aos preços elevados e aos baixos salários e reformas.
No meio de tudo isto o Estado apoia estes salteadores do povo, e invoca a crise e outras cortinas de fumo apenas com uma intenção, evitar que reivindiquemos aquilo que é nosso, fruto do nosso trabalho, passado e presente.
Alguns podem perguntar, mas não há leis que evitem isto? Há leis, claro, feitas e sobretudo aplicadas, pelos interessados em que tal estado de coisas se mantenha. Leis concebidas para defender estes exploradores e afastar-nos da defesa dos nossos interesses.
 “Escolham os vossos representantes”, dizem os políticos profissionais, durante os períodos eleitorais, mas nós, que sustentamos toda a engrenagem com o nosso trabalho, não podemos alterar esta roubalheira, nem somos ouvidos quando eles concebem as leis do nosso descontentamento. A igualdade nesta democracia é só de 4 em 4 anos, perante o voto. E, no entanto, somos nós que temos produzido toda a riqueza ao longo dos séculos. O poder do estado é destinado a defender essa canalha. Já viram alguma vez a policia ir prender um capitalista que nos mente e explora? Mas se ocuparmos a fábrica em protesto, não faltam polícias para nos atacarem. E também nunca se viu um político profissional no desemprego.
A ligação entre os capitalistas e os chamados homens de estado é mais do que evidente, saltam a cada momento de um taxo do estado para o de uma companhia ou banco e vice versa, e defendem os mesmo tipo de interesses, ou seja, o domínio sobre o povo e a exploração.
É chegada a altura de reflectirmos sobre tudo isto, de dizermos basta! e agirmos de forma autónoma e livre. Antes que esta gente do dinheiro e do poder nos reduza a pão e água, para entregarem mais dinheiro aos bancos e manterem esta cruel e caduca organização social.

A teia da dívida


INTRODUÇÃO: CAPTURADOS PELA ARANHA DA DÍVIDA 
por Ellen Hodgson Brown [*]
O presidente Andrew Jackson denominou o cartel bancário de "monstro de muitas cabeças, como a hidra a devorar a carne do homem comum". O presidente da municipalidade de Nova York, John Hylan, a escrever na década de 1920, chamou-a de "polvo gigante" que "captura nos seus longos e poderosos tentáculos nossos responsáveis executivos, nossos corpos legislativos, nossas escolas, nossos tribunais, nossos jornais e toda agência criada para a protecção pública". A aranha da dívida devorou propriedades agrícolas, lares e todos os países que ficaram presos na sua teia. Num artigo de Fevereiro de 2005 intitulado "A morte da banca" ("The Death of Banking"), o comentador financeiro Hans Schicht escreveu:
O facto de ao banqueiro ser permitido conceder crédito várias vezes superior à sua própria base de capital e de os carteis bancários, os bancos centrais, serem autorizados a emitir dinheiro de papel fresco em troca de papéis do tesouro, proporcionou-lhes almoços gratuitos para a eternidade... Através de uma rede de aranhas financeiras anónimas a tecerem a teia, apenas um punhado de Banqueiros Reis globais possui e controla isto tudo... Tudo, pessoas, empresas, Estado e países estrangeiros, todo se tornam escravos aprisionados ao Banqueiro pelos grilhões do crédito. [1]
Schicht escreve que durante a sua carreira teve oportunidade de observar as manigâncias das finanças a partir de dentro. O jogo ficou tão centralizado e concentrado, afirma ele, que a maior parte da banca e das empresas dos EUA está agora sob o controle de um pequeno grupo fechado de homens. Ele denomina o jogo de "aranhas tecelonas". As suas regras incluem:
  • Tornar invisível qualquer concentração de riqueza.
  • Exercer controle através de "alavancagem" – fusões, tomadas, cadeias partilhadas de holdings em que uma companhia possui acções de outras companhias, condições anexadas a empréstimos e assim por diante.
  • Exercer administração e controle pessoal duros, com um mínimo de iniciados (insiders) e de homens de fachada, os quais têm apenas um conhecimento parcial do jogo.
O falecido Dr. Carroll Quigley foi escritor e professor de história na Georgetown University e ali foi mentor do presidente Bill Clinton. O Dr. Quigley escreveu a partir do seu conhecimento pessoal acerca de uma clique de elite de financeiros globais empenhados em controlar o mundo. O seu objectivo, disse ele, era "nada menos do que criar um sistema mundial de controle financeiro em mãos privadas capaz de dominar o sistema político de cada país e a economia do mundo como um todo". Este sistema era "para ser controlado de um modo feudal pelos bancos centrais do mundo a actuarem em concertação, por acordos secretos".[2] Ele chamava a este clique simplesmente os "banqueiros internacionais". A sua essência não era raça, religião ou nacionalidade mas apenas uma paixão pelo controle sobre outros humanos. A chave para o seu êxito era que controlassem e manipulassem o sistema monetário de um país enquanto permitiam que ele parecesse ser controlado pelo governo.

Os banqueiros internacionais tiveram êxito em fazer mais do que simplesmente controlar a oferta monetária. Hoje eles realmente criam a oferta monetária, embora fazendo com que a mesma pareça ser criada pelo governo. Este esquema tortuoso foi revelado por Sir Josiah Stamp, director do Banco da Inglaterra e o segundo homem mais rico da Grã-Bretanha na década de 1920. Ao falar na Universidade do Texas em 1927, ele lançou esta bomba:
O sistema bancário moderno fabrica dinheiro a partir do nada. O processo é talvez a mais espantosa peça de prestidigitação alguma vez já inventada. A banca foi concebida na desigualdade e nasceu no pecado... Os banqueiros possuem a terra. Tome-a deles mas deixem-nos o poder de criar dinheiro e, com um toque de caneta, eles criarão bastante dinheiro para comprá-la outra vez... Retirem-lhes este grande poder e todas as grandes fortunas, como a minha, desaparecerão, e então isto seria um mundo melhor e mais feliz para nele viver... Mas se quiserem continuar a serem escravos de banqueiros e pagarem o custo da sua própria escravidão, então deixem os banqueiros continuar a criar dinheiro e controlar o crédito. [3]
O Professor Henry C. K. Liu é economista licenciado por Harvard e presidiu um departamento na Universidade da Califórnia-Los Angeles antes de se tornar conselheiro de investimento de países em desenvolvimento. Ele considera o actual esquema monetário como "farsa cruel". Quando acordarmos para este facto, afirma ele, toda a nossa visão económica do mundo precisará ser reordenada, "assim como a física foi sujeita a reordenamento quando a visão do homem mudou com a percepção de que a terra não é estacionária nem é o centro do universo". [4] A farsa é que não há virtualmente nenhum dinheiro "real" no sistema, apenas dívidas. Excepto para moedas, as quais são emitidas pelo governo e constituem apenas cerca de um milésimo da oferta monetária, toda a oferta monetária dos EUA consiste agora de dívida a bancos privados, pois eles criam o dinheiro com entradas nas suas contabilidades. Tudo é feito por prestidigitação e, como num truque de mágico, temos de assisti-lo muitas vezes antes de percebermos o que está a acontecer. Mas quando o fizermos, isto tudo muda. Toda a história tem de ser reescrita.

Os capítulos seguintes rastreiam a teia de enganos que nos afundou na dívida e apresenta uma solução simples que poderia tornar o país solvente outra vez. Não é uma nova solução mas remonta à Constituição: o poder de criar dinheiro precisa ser devolvido ao governo e ao povo que ele representa. A dívida federal poderia ser paga, os impostos sobre o rendimento poderiam ser eliminados e os programas sociais poderiam ser expandidos; e tudo isto poderia ser feito sem impor medidas de austeridade sobre o povo ou sem atear inflação galopante. Utópico como possa parecer, isto representa o pensamento de alguns dos melhores e mais brilhantes homens da América, históricos e contemporâneos, incluindo Abraham Lincoln, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin. Dentre outros factos impressionantes explorados neste livro destaca-se que:
  • O "Federal" Reserve não é realmente federal. É uma corporação privada possuída por um consórcio de bancos multinacionais muito grandes (Capítulo 13)
  • Excepto quanto a moedas, o governo não cria dinheiro. As notas de dólar (Federal Reserve Notes) são criadas pelo privado Federal Reserve, o qual empresta-as ao governo. (Capítulo 2)
  • A divisa tangível (moedas e notas de dólar) em conjunto constitui menos de 3 por cento da oferta monetária dos EUA. Os outros 97 por cento existem apenas como entradas de dados em écrans de computador, e todo este dinheiro foi criado por bancos na forma de empréstimos. (Capítulos 2 e 17)
  • O dinheiro que os bancos emprestam não é reciclado a partir de depósitos pré-existentes. É dinheiro novo, o qual não existe até ser emprestado. (Capítulos 17 e 18)
  • Trinta por cento do dinheiro criado pelos bancos com entradas na contabilidade é investido nas suas próprias contas. (Capítulo 18)
  • O sistema bancário americano, o qual no passado concedia empréstimos produtivos à agricultura e à indústria, tornou-se hoje uma máquina gigante de apostas. Uns estimados US$370 milhões de milhões (trillion) estão agora a cavalgar complexas apostas de alto risco conhecidas como derivativos – 28 vezes os US$13 milhões de milhões do produto anual de toda a economia dos EUA. Estas apostas são financiadas por grandes bancos dos EUA e são feitas em grande medida com dinheiro emprestado criado num écran de computador. Os derivativos podem ser, e têm sido, utilizados para manipular mercados, saquear negócios e destruir economias competidoras. (Capítulos 20 e 32)
  • A dívida federal dos EUA não tem sido liquidada desde os dias de Andrew Jackson [NR 1] . Só os juros são pagos, enquanto a parte principal continua a crescer. (Capítulo 2)
  • O imposto federal sobre o rendimento foi instituído especificamente para coagir os contribuintes a pagarem os juros devidos aos bancos sobre a dívida federal. Se a oferta monetária houvesse sido criada pelo governo ao invés de ser emprestada dos bancos que a criaram, o imposto sobre o rendimento teria sido desnecessário. (Capítulos 13 e 43)
  • Só os juros sobre a dívida federal em breve serão maiores do que os contribuintes podem permitir-se pagar. Quando não pudermos pagar, o sistema do dólar baseado na dívida da Reserva Federal deve entrar em colapso. (Capítulo 29)
  • Ao contrário d crença popular, a inflação rastejante não é provocada pela impressão irresponsável de dólares por parte do governo. É provocada pelos bancos que expandem a oferta monetária com empréstimos. (Capítulo 10)
  • A maioria das inflações galopantes vistas nas "repúblicas de bananas" foi provocada não por governos nacionais a imprimirem excesso de dinheiro e sim por especuladores institucionais globais a atacarem e a desvalorizarem-nas nos mercados internacionais. (Capítulo 25)
  • A mesma espécie de desvalorização especulativa poderia acontecer ao dólar dos EUA se os investidores internacionais o abandonassem como divisa global de "reserva, algo que eles estão agora a ameaçar fazer em retaliação pelo que entendem ser o imperialismo económico americano. (Capítulos 29 e 37)
  • Há um caminho para fora deste pântano. Os primitivos colonizadores americanos descobriram-no, tal como Abraham Lincoln e alguns outros líderes nacionais: o governo pode recuperar, tomando de volta, o poder de emitir dinheiro dado aos bancos. (Capítulos 8 e 24)
As Federal Reserve Notes dos banqueiros e as moedas do governo representam dois sistemas monetários separados que têm estado a competir pelo domínio ao longo da história registada. Houve tempo em que o direito de emitir moeda era o direito soberano do rei; mas aquele direito foi usurpado por agiotas. Hoje o soberano é o povo e as moedas, que constituem menos de um milésimo da oferta monetária, são tudo o que restou da nossa soberania monetária. Muitos países emitiram com êxito o seu próprio dinheiro, pelo menos durante algum tempo; mas o dinheiro-dívida dos banqueiros geralmente infiltrou o sistema e acabou por tomá-lo. Estes conceitos são tão estranhos em relação ao que nos tem sido ensinado que pode ser difícil envolver as nossas mentes em torno deles, mas os factos foram fundamentados por muitas autoridades confiáveis. Para citar umas poucas:

Robert H. Hemphill, Administrador de Crédito do Federal Reserve Bank of Atlanta, escreveu em 1934:
Estamos completamente dependentes dos bancos comerciais. Alguém tem de tomar emprestado todo dólar que temos em circulação, cash ou crédito. Se os bancos criam muito dinheiro sintético estamos prósperos; se não, passamos fome. Estamos absolutamente sem um sistema monetário permanente. Quando alguém obtém um domínio completo do quadro, o absurdo trágico da nossa posição sem esperança é quase incrível, mas ali está. Este é o assunto mais importante para pessoas inteligentes investigarem e reflectirem. [5]
Graham Towers, Governador do Bank of Canada de 1935 a 1955, reconheceu:
Bancos criam dinheiro. Isso é o que eles fazem... O processo de fabricação do dinheiro consiste em fazer uma entrada num livro. Isso é tudo... Cada vez que um banco faz um empréstimo... novo crédito bancário é criado – dinheiro novo em folha. [6]
Robert B. Anderson, Secretário do Tesouro no governo Eisenhower, disse numa entrevista publicada no número de 31/Agosto/1959 da U.S. News and World Report:
Quando um banco faz um empréstimo, ele simplesmente acrescenta à conta de depósito do tomador naquele banco a quantia do empréstimo. O dinheiro não é tomado do depósito de qualquer outra pessoa, ele não foi pago anteriormente ao banco por qualquer pessoa. É dinheiro novo, criado pelo banco para a utilização do tomador.
Michel Chossudovsky, Professor de Ciências Económicas na Universidade de Ottawa, durante a crise de divisas asiática de 1998 afirmou:
As reservas monetárias mantidas nas mãos de "especuladores institucionais" excedem de longe as limitadas capacidades dos bancos centrais do mundo. Este últimos, a actuarem de forma individual ou colectiva, já não são capazes de combater a maré de actividade especulativa. A política monetária está nas mãos de credores privados que têm a capacidade de congelar orçamentos de Estado, paralisar processos de pagamento, impedir o desembolso regular de salários para milhões de trabalhadores (como na antiga União Soviética) e precipitar o colapso de programas de produção e sociais. [7]
Hoje, as Federal Reserve Notes e os empréstimos em US dólar dominam a economia do mundo; mas esta divisa internacional não é dinheiro emitido pelo povo americano ou o seu governo. É dinheiro criado e emprestado por um cartel privado de banqueiros internacionais, e este cartel capturou os próprios Estados Unidos irremediavelmente numa teia de dívida. Em 2006, a dívida conjunta pessoal, corporativa e federal nos Estados Unidos atingiu uns estarrecedores 44 milhões de milhões de dólares – quatro vezes o rendimento nacional colectivo, ou US$147.312 para todo homem, mulher e criança no país.[8] Os Estados Unidos estão legalmente em bancarrota, definido no dicionário como ser incapaz de pagar as próprias dívidas, estar insolvente, ou ter passivos em excesso em relação a um valor de mercado razoável dos activos possuídos. Em Outubro de 2006, a dívida do governo dos EUA atingiu uma quantia de tirar o fôlego: US$8,5 milhões de milhões. Os governos locais, estaduais e nacional estão tão pesadamente endividados que têm sido forçados a liquidar activos públicos para satisfazer credores. Escolas apinhadas, estradas apinhadas e cortes nos transportes públicos estão a erodir a qualidade de vida americana. Um relatório de 2005 da American Society of Civil Engineers atribuiu à infraestrutura do país uma graduação global de D, incluindo suas estradas, pontes, sistemas de água potável e outras obras públicas. "Os americanos estão a gastar mais tempo paralisados no tráfego e menos tempo com as suas famílias", disse o presidente do grupo. "Precisamos estabelecer um plano abrangente e a longo prazo de infraestrutura" [9] Precisamos mas não podemos, porque o governo está arruinado a todo nível.
Dinheiro na Terra de Oz 


Se os governos por toda a parte estão em dívida, a quem devem? A resposta é que estão em dívida para com bancos privados. A "farsa cruel" é que os governos estão em dívida de dinheiro criado num écran de computador, dinheiro que poderiam eles próprios ter criado. O vasto poder adquirido através deste passe de mágica por uma pequena clique de homens a puxarem os cordéis do governo nos bastidores evoca imagens de O feiticeiro de Oz
[NR 2] , um conto de fadas clássico americano que se tornou uma rica fonte de imagens para comentadores financeiros. O editorialista Christopher Mark escreveu numa série intitulada "O grande engano":
Benvindo ao mundo do Banqueiro Internacional, o qual, tal como no famoso filme The Wizard of Oz, fica por trás das cortinas a orquestar os decisores da política nacional e internacional e os chamados líderes eleitos. [10]
O falecido Murray Rothbard, economista da escola clássica austríaca, escreveu:

Dinheiro e banca foram feitos aparecer como processos misteriosos e herméticos que devem ser guiados e operados por uma elite tecnocrática. Eles não são nada disso. Em matéria de dinheiro, ainda mais do que no restos dos nossos assuntos, temos sido trapaceados por um maligno Feiticeiro de Oz. [11]
Em 2002, num artigo intitulado "Quem controla o Sistema de Reserva Federal?", Victor Thorn escreveu:
Na essência, o dinheiro tornou-se nada mais do que ilusão – um número ou quantia electrónica num écran de computador. ... Com o andar do tempo, temos uma tendência crescente para sermos sugados dentro deste vórtex de irrealidade do Feiticeiro de Oz [por] sacerdotes-mágicos que utilizam a ilusão do dinheiro como seu dispositivo de controle. [12]
James Galbraith escreveu em The New American Prospect:
Nós ficamos ... com a ideia de que o Federal Reserve Board não sabe o que está a fazer. Isto é a teoria "Feiticeiro de Oz", na qual afastamos as cortinas só para encontrar um velho com uma face enrugada, a brincar com luzes e alto-falantes. [13]
As analogias com O feiticeiro de Oz funcionam por uma razão. Segundo os mais recentes comentadores, o conto escrito realmente como uma alegoria monetária, numa época em que a "questão monetária" era um assunto chave na política americana. Na década de 1890, os políticos ainda estavam a debater apaixonadamente quem deveria criar o dinheiro do país e do que ele deveria consistir. Deveria ser criado pelo governo, com plena responsabilização para com o povo? Ou deveria ser criado por bancos privados por trás de portas fechados, para as finalidades privadas dos próprios bancos?

William Jennings Bryan, o candidato Populista à presidência em 1896 e novamente em 1900, montou o último desafio sério ao direito de banqueiros privados criarem a oferta monetária nacional. Segundo os comentadores, Bryan foi representado por Frank Baum, em 1900, no livro The Wonderful Wizard of Oz by the Cowardly Lion. O Leão finalmente provou que era o Rei dos Animais ao decapitar uma aranha gigante que aterrorizava todos na floresta. A aranha gigante que Bryan desafiava na viragem do século XX era o cartel bancário Morgan/Rockefeller, o qual pretendia usurpar o poder de criar o dinheiro do país ao povo e ao seu governo representativo.

Antes da I Guerra Mundial, dois sistemas opostos de economia política competiam pelo predomínio nos Estados Unidos. Um operava a partir da Wall Street, o distrito financeiro de Nova York que veio a ser o símbolo das finanças americanas. O seu endereço mais importante era Wall Street 23, conhecido como a "Casa de Morgan". J. P. Morgan era um agente de poderosos interesses britânicos. Os Feiticeiros da Wall Street e os banqueiros do Velho Mundo a puxarem seus cordões procurando estabelecer uma divisa nacional que fosse baseada no "padrão ouro", uma divisa criada de forma privada pela elite financeiro que controlava o ouro. O outro sistema remontava a Benjamin Franklin e operava a partir de Filadelfia, a primeira capital do país, onde foi efectuada a Convenção Constitucional e a "Society for Political Inquiries" de Franklin planeou a industrialização e obras públicas que libertariam a nova república da escravidão económica à Inglaterra. [14] A facção de Filadelfia favorecia um banco de acordo com o modelo estabelecido na provinciana Pennsylvania, onde um gabinete estadual de empréstimos emitia e emprestava dinheiro, arrecadava os juros e devolvia-o ao governo provincial para ser utilizado no lugar de impostos. O presidente Abraham Lincoln retornou ao sistema colonial de dinheiro emitido pelo governo durante a Guerra Civil, mas ele foi assassinado e os banqueiros reclamaram o controle da máquina do dinheiro. O golpe silencioso da facção da Wall Street culminou com a aprovação do Federal Reserve Act em 1913, algo que eles alcançaram enganando Bryan e outros congressistas desconfiados levando-os a pensar que o Federal Reserve era realmente federal.

Hoje, o debate sobre quem deveria criar a oferta monetária nacional é ouvido raramente, principalmente porque poucas pessoas percebem mesmo que isso é uma questão. Políticos e economistas, assim como toda a gente, simplesmente assumem que o dinheiro é criado pelo governo e que a "inflação" de que todos se queixam é provocada por um governo fora de controle que faz correr as impressoras do dólar. Os mestres dos fantoches que trabalhavam a máquina do dinheiro eram mais visíveis na década de 1890 do que são hoje, em grande medida porque eles ainda não haviam tido êxito em comprar os media e dominar a opinião pública.

A teoria económica é um assunto árido e amedrontador que foi tornado intencionalmente complexo pelo interesse dos bancos em esconder o que realmente está a acontecer. É um assunto que precisa de esclarecimento urgente, com imagens, metáforas, personalidades e um enredo. Assim, antes de entrar nos tediosos pormenores do sistema moderno de dinheiro-baseado-sobre-dívida, efectuaremos uma excursão ao passado, a um tempo mais simples, quando as questões monetárias eram mais óbvias e ainda assim tópico de discussões candentes. A linha mestra do enredo de O feiticeiro de Oz foi traçada para a primeira de sempre marcha sobre Washington, liderada por um obscuro homem de negócios de Ohio que em 1894 procurou persuadir o Congresso a retornar ao sistema de Lincoln de dinheiro emitido pelo governo. Além de disparar um século de marchas de protesto e o mais famoso conto de fadas do país, este visionário pouco conhecido e o bando de desempregados que ele liderou podem realmente ter tido a solução para todo o problema monetário, então e agora.
NR 1: Andrew Jackson: 7º presidente dos Estados Unidos (1829-1837)
NR 2: O Feiticeiro de Oz, filme de 1938 estrelado por Judy Garland (baseado num livro de 1901 de L. Frank Baum)


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Conteúdo de A teia da dívida
Sumário/Agradecimentos
Prefácio, por Reed Simpson, Banker and Developer
Introdução: Capturado pela aranha da dívida

Secção I – A ESTRADA DE LADRILHOS AMARELOS: DO OURO ÀS FEDERAL RESERVE NOTES
1- Lições de O feiticeiro de Oz
2- Por trás da cortina: O Federal Reserve e a dívida federal
3- Experimentos em utopia: Papel-moeda colonial como moeda de curso legal
4- Como o governo foi persuadido a tomar emprestado o seu próprio dinheiro
5- Dos matriarcado da abundância aos patriarcados da dívida
6- Puxando os cordéis do rei: Os agiotas tomam a Inglaterra
7- Enquanto o Congresso cochila em campos de papoulas: Jefferson e Jackson tocam o alarme
8- Espantalho com cérebro: Lincoln frustra os banqueiros
9- Lincoln perde a batalha com os mestres das finanças europeias
10- A grande impostura: O padrão ouro e o homem de palha da inflação

Secção II – OS BANQUEIROS CAPTURAM A MÁQUINA DO DINHEIRO
11- Nada como o lar: A combater pela propriedade agrícola familiar
12- Cabeça pretensiosas e mãos invisíveis: O governo secreto
13- Reunião de bruxas: O caso da Ilha Jekyll e o Federal Reserve Act de 1913
14- A domar o leão: O imposto federal sobre o rendimento
15- Graves consequências: A Grande Depressão
16- A lubrificar as juntas enferrujadas da economia: Roosevelt, Keynes e o New Deal
17- Wright Patman revela a máquina do dinheiro
18- Um olhar ao manual do Fed: "Modern Money Mechanics"
19- Ataques de ursos e short sales: A devorar mercados de capitais
20- Hedge Funds e derivativos: Um cavalo de cor diferente

Secção III – ESCRAVIZADOS PELA DÍVIDA: A REDE DOS BANQUEIROS ESTENDE-SE A TODO O GLOBO
21- Adeus estrada de ladrilhos amarelos: Das reservas ouro aos petrodólares
22- A armadilha tequila: A história real por trás da estranha invasão ilegal
23- A libertar os winkies amarelos: O sistema da nota verde floresce lá fora
24- Maldição ridicularizada: "Alemanha financia uma guerra sem dinheiro"
25- Outro olhar à trapaça inflacionária: Alguns "manuais" de hiper-inflações revisitados
26- Campos de papoila, guerras do ópio e tigres asiáticos
27- A despertar o gigante sonolento: O sistema da nota verde de Lincoln vai para a China
28- A recuperar a jóia do Império Britânico: Movimento popular toma a Índia

Secção IV – A ARANHA DA DÍVIDA CAPTURA A AMÉRICA
29- O trabalho duro do Tin Man: Servidão da dívida para os trabalhadores americanos
30- O isco na armadilha da dívida do consumidor: a ilusão da propriedade do lar
31- A perfeita tempestade financeira
32- No olho do ciclone: Como a crise dos derivativos paralisou o sistema bancário
33- Mantendo a ilusão: A amarrar mercados financeiros
34- Colapso: A bancarrota secreta dos bancos

Secção V – OS CHINELOS MÁGICOS: RECUPERAR O PODER MONETÁRIO
35- A progredir da escassez para a abundância tecnicolor
36- O Movimento da Divisa Comunitária: Evitar a teia da dívida com divisas "paralelas"
37- A questão do dinheiro: Debate entre os defensores do ouro e os da nota verde
38- A dívida federal: Um caso de pensamento desorganizado
39- Liquidar a dívida federal sem provocar inflação
40- O dinheiro "helicóptero": O novo balão de ar quente do Fed

Secção VI – VENCER A ARANHA DA DÍVIDEA: UM SISTEMA BANCÁRIO QUE SIRVA O POVO
41- Restaurar a soberania nacional com um sistema bancário verdadeiramente nacional
42- A questão do juro: Ben Franklin resolver o problema do contrato impossível
43- Salvamento, compra de controle accionário ou tomada corporativa? Bater os Barões Ladrões no seu próprio jogo
44- O conserto rápido: O governo que paga a si próprio
45- O Tin Man ganha coragem: Resolver o problema da dívida do Terceiro Mundo
46- Construir uma ponte: Rumo a um novo Bretton Woods
47- Sobre o arco-íris: Governo sem impostos ou dívida

Glossário
Bibliografia seleccionada e leituras sugeridas
Notas
Index

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[*] Foi promotora em Los Angeles, autora de 11 livros, viveu em países do Terceiro Mundo. ellenhbrown@gmail.com

O original encontra-se em
http://www.webofdebt.com/